MICHEL VAILLANT
PILOTO FRANCÊS DE FÓRMULA 1
(MUNDO CONTEMPORÂNEO - SÉCULOS XX e XXI)

A criação, em 1957, do herói Michel Vaillant, por parte de Jean Graton, não aconteceu por acaso, antes ficou a dever-se, e muito, à paixão que Jean Graton nutria (e nutre) pelo desporto automóvel e, em particular, pelas corridas de fórmula 1. Como consequência desta paixão, Jean Graton estudou minuciosamente todos os aspectos relacionados com o fenómeno da competição automobilística e documentou-se muito bem a respeito do ambiente e dos bastidores das corridas.

Através de Michel Vaillant, Jean Graton apresenta-nos um herói forte, corajoso e leal, amigo do seu amigo, tendo a seu lado, como piloto de equipa e companheiro inseparável de aventuras, um americano, de nome Steve Warson, o qual apresenta, no entanto, um perfil psicológico diferente do de Michel Vaillant, sobretudo no que diz respeito à impulsividade e irritabilidade daquele, "fervendo em pouca água" à menor provocação.

Com este novo herói das pistas, Jean Graton transporta os seus fiéis leitores para o mundo apaixonante, mas muito fechado da competição automóvel de alto nível, transmitindo, ao longo das aventuras, o reflexo exacto da realidade da corrida. Contudo, apesar das histórias de Michel Vaillant se situarem no contexto muito próprio do mundo automóvel e da respectiva competição automobilística, Jean Graton consegue introduzir na acção doses equilibradas daqueles ingredientes indispensáveis em qualquer grande aventura que se preze: emoção, intriga, coragem, drama, rivalidade, ambição e mistério, numa mistura tal, que cativa e prende a atenção de qualquer leitor, mesmo daqueles que, porventura, não sejam grandes conhecedores ou até admiradores das corridas de automóveis.

Sob o ponto de vista humano, esta série de aventuras descreve também a saga de uma família, através da obra do seu patriarca (Henri Vaillant), construtor e fundador da marca de carros "Vaillant". Os leitores ficam, assim, a conhecer e a amar uma família excepcional, para quem a coragem, a lealdade e a honra estão sempre presentes e permanecem como virtudes fundamentais e eternas de qualquer ser humano.

Contribuição de Alexandre Ribeiro